...Esperou que as horas dormissem para que houvesse mais tempo pra sentir. E escolheu a melhor sensação pra vestir o seu poema.
E havia alegria no peito, mas a sua primeira frase nasceu triste. Não entendeu. Não eram palavras melancólicas, era o tom
do texto que estava em harmonia com a tristeza. Como se o primeiro olhar que a poesia lhe lançasse fosse lânguido,
desanimado: um olhar sem flerte. Nenhuma sedução se fazia ali.
Tentou recortar uma paisagem mais gentil que fosse equivalente à alegria, e um céu tão azul aconteceu... Mas o céu
sem nuvens era de um azul tão só... Talvez aquela calmaria aborrecesse o seu rascunho. E no fundo, o que lhe faltava
era companhia. E pintou uma ventania brusca que trazia chuva e afundava estrelas.
Na verdade, tinha muito choro guardado naquele vento sudoeste... Que lavasse aquela dor, então.
5.06.2008
Há quem culpe a vida por tudo. E há quem agradeça pela oportunidade de mudar.
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