Eu já me despedi de você não sei quantas vezes. Eu já pensei ter desistido de você outras tantas. Eu já arranhei seu carro, eu já te liguei chorando no meio da madrugada, eu já te jurei amor eterno e no outro dia nem queria mais saber de você. Eu já disse que concordaria em vê-lo sem envolvimento emocional, mas na verdade eu queria perguntar se você queria ser o pai dos meus filhos e ficar comigo pra sempre.
Eu já maldisse teu nome, eu já fingi que era indiferente, eu já me escondi atrás de carro pra você não me ver num dia em que eu estava muito feia. Eu já fingi que não te vi na rua só para manter meu ar de superioridade. E já vi meu coração sangrar por conta disso. Eu já te joguei contra a parede e enfiei a mão dentro da sua calça só pra ver a sua boca daquele jeito. Eu já quis ser a mãe dos seus filhos e já quis te cuidar quando você ficou doente.
Eu já fingi ser intensa na intenção de não lembrar de você e já tentei preencher meu vazio com toda minha intensidade. Eu já ri da sua cara, esfreguei nela meus “nãos” e escondi os meus “sims”. Eu já te humilhei e te desprezei tentando provar a mim mesma que você não era suficiente. Já escondi de você minhas lágrimas e já te entreguei minhas súplicas. E, mais do que tudo isso, já entreguei a você o meu coração.
8.25.2008
Da série: cartas de quem vive desenhando sem borracha
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